Bom, eu estava lá, andando pelo lugar de sempre, na mesma hora... Acho que tinha ido comprar pão, cigarro.. Algo assim. Estava até de bom humor, alegre, por ter nas mãos coisas que eu considerava essenciais para o meu bem estar. Ok. Eu ia comprar o pão(ou cigarro) e voltaria pra casa, pra continuar vivendo a minha velha rotina. Mas acho que o meu ego, superego, ou sei lá, essas coisas que Freud e Nietzsche gostam... Enfim, acho que eles(não sei me referir à alguma coisa dentro de mim) não são muito chegados a rotina. Então sem motivo algum, eu virei a primeira rua do meu lado esquerdo, depois a direita, e a direita de novo. Não sei direito como foi, só quis dizer que fui andando por lugares aleatórios, o fato é que em um curto período de tempo eu estava perdida. "Perdida." Não sei se é o termo exato, mas... Me vi em uma rua colorida, mais bonita e convidativa que a minha, logo fui fazendo alguns amigos... Havia festas, e alegria, e abrigo... O tempo passou e eu cheguei a esquecer que havia tido toda uma vida antes daquilo. Só que em uma das festas eu bebi demais, e fui dormir mais cedo do que os outros... Sozinha, eu pude lembrar da minha casa, dos meus amigos, dos meus dias antes... Em contrapeso, eu ainda podia ouvir o som da festa na rua, o cheiro das coisas atrativas que haviam ali. Daí eu pensei de realmente valia a pena, ou era certo, continuar vivendo aquilo sem olhar pro passado, seguindo cegamente minhas vontades, ou se eu deveria voltar à velha e costumeira estabilidade.Logo eu acabei dormindo, e no outro dia eu já nem lembrava da minha sanidade da noite anterior. Aliás, lembrava, mas eu preferi fingir que não. Até porque, estava tudo tão bem por aqui.
Então, enquanto eu pulo micaretas de alegria por aqui, lá se ouve dizer:
- Dizem que ela foi comprar cigarro, e nunca mais voltou.