Como a professora de química me entende...
"...Um teste relativamente simples de ser realizado é a análise da presença de um certo elemento em uma solução. Com o uso de um fio de platina e uma chama, é possível obter uma bela cor que indica a presença de um determinado elemento em solução... "
É exatamente assim que eu me sinto. Como a chama, sempre ali, igual. Só se altera quando algum elemento é acrescentado, mas logo ele vai queimando e a chama volta a cor original. Eu acho que o problema é que eu cansei dessas paixões com prazo pra semana que vem...
"...Um dos problemas desse tipo de análise é a frequente contaminação da amostra por sódio, mascarando a observação de outros elementos..."
É isso mesmo! Eu estou vendo o pavio queimar, e mesmo com todas essas opções, todas essas histórias dignas de livros, com finais tristes, felizes, ou sem finais, eu não me importo. Eu ainda não aprendi nada sobre como amar alguém, muito menos como deixar de amar... só sei demonstrar quando estou decepcionada, e só transpareço angústia, tristeza e fragilidade.
"...Vamos tentar de novo, não pegou o bicabornato dessa vez, ficou da mesma cor, a chama não pegou. Às vezes tem que ter mais do elemento, pra poder fazer efeito com a chama, e mudar a coloração..."
Eu queria muito não sentir! Ser insensível, grossa... incapaz de amar. Queria ser de plástico, porque ver esses cacos de vidro caindo do meu rosto quando tento me passar por plástico está sendo difícil. Eu só queria por um dia não ser a Flávia, mas não, eu só sei depender dos outros, eu só sei ser frágil. E talvez seja só isso que eu sou.
"... A dessa aqui apagou, vamos testar com a outra lamparina."
Enfim, pouco importa... ou muito.