quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Nada demais...

   

"Depois da tempestade vem a calmaria." 

Como alguém ainda vê alguma coisa boa nesse ditado? 
Olhei pra cama e vi algumas roupas jogadas, o armário revirado e entreaberto e um silêncio tão grande que eu tive até medo de sussurrar algo ou emitir qualquer som que quebrasse aquele momento. Adormeci num sono que pareceu durar uma eternidade, acordei e o silêncio permanecia. Calmaria, então é isso, falta de vida. Como eu queria minha velha tempestade.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Um pequeno ritual

 
 Hora de dormir... Desliguei o computador, e tudo que eu mais desejava naquele momento era ter o sono que eu sempre tenho ao acordar, mas não... Pronunciei qualquer palavrão e continuei sentada por alguns instantes, silêncio. Levei a mão ao rosto arrastando-a pela cabeça e bagunçando o cabelo...bufei e levantei. Acendi a luz, saquei da bolsa em cima da cabeceira um maço amassado e retirei o último cigarro, pesado, carregado das histórias de uma noite qualquer. Fui pra sala, acendi só um dos lado, me sentei perto da janela e fiquei olhando o céu. Lembrando assim que diria que a cane alimentaria uma boa fotografia. A sala semi-iluminada, o céu noturno, e aquela fina fumaça que saia do bom e veeeelho Marlboro e se dissipava no ar. Eu acho que num tom acinzentado daria até um pouco de melancolia e boemia...
Apesar da descrição de todos esses detalhes, não há nada de novo nessa noite, não sei a que momento percebi, mas há vários dias termino minhas noites exatamente assim. A pouca luz, a janela, o vento frio que arroxeia os lábios, que por sua vez são aquecidos pelo fumo... Depois eu deito na cama, e nem sequer acordo antes de amanhecer. Pequenos atos, detalhes, manias, que me salvam dia após dia. Coisas tão simples como esse fim de noite que nem precisariam ser escritas. Eu me acostumei a isso e confesso que hoje estou um pouco perdida. Nada demais, mas acabou o cigarro e eu não aprendi a me adaptar as circunstâncias.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Minhas coisas bobas

 As vezes eu ainda te amo, porque eu sou um pouco passado, um pouco do que eu lembro, e um amor morto dói mais como algo perdido. Amor morto é um amor, né?! É um amor esculpido em saudades de quem eu era com você. As vezes, eu me perguntava sobre o meu amor por você "é algo da minha adolescência imprevisível? é vontade de ser outra?"  Mas alguma coisa nisso tudo se desfez, e não sei ao certo em que mudei, mas...Eu amo você do jeito que há de amar. 

Então, faz assim...Me abraça. Porque sei lá, eu sou uma pessoa de tantos sorrisos... De esperar coisas boas. Destas coisas que a gente faz assim, como que sem nem dizer, abrindo uma cara bacana pro mundo. Você sabe que no fim das contas, a gente não vai planejar nada, né? Será tudo espontâneo... Porque a vida é sempre deixar-se.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Um título pra falar de mudança


Essa coisa de "eu mudei, sou uma pessoa melhor agora" não existe. Porque pra mim, mudança é uma coisa constante, que não pode ser conjugada no passado, nem no futuro, só no presente. Sério, sem premeditar mudanças  "Eu to mudando". É o jeito certo de falar. É assim que a gente muda de verdade. E junto com a mudança, têm novas aspirações...
Eu ainda quero um amor pra me entregar de olhos fechados. Mas não quero que me tire da realidade... Porque sempre que ela acabar, todo o meu amor vai ficar lá, do outro lado, do lado surreal. Por favor, não me entenda mal. Eu quero um amor exótico, eu só quero que ele tenha todas as coisas de um amor comum. Eu quero que alguém fale em mim 80% do tempo que está longe de mim, e nos outros 20% fique torcendo pra alguém tocar no assunto, pra ele poder falar mais. Quero alguém que queira estar comigo a todo tempo, em todas as situações e em todos os lugares, com qualquer pessoa por perto. Quero conhecer alguém por completo, e quero que me conheçam, e mesmo assim, ainda seja apaixonado por mim. Eu quero fazer planos. Mas sem me decepcionar se eles não acontecerem, porque juntos, poderemos fazer novos, ou só deixar acontecer. Eu quero ficar com alguém que possa amar todas as outras pessoas do mundo, mas mesmo assim, queira só a mim.
Eu sempre quis um pouco disso tudo, acho que todo mundo, no fundo, quer. Mas qualquer coisa dessas aleatória já me bastava por umas horas, uma noite, uns dias... Não vai mais ser assim. Não porque não dá mais certo, mas porque eu não quero que seja. Eu não sinto mais ciúme do que não é meu. Porque meu ciúme - agora - só é válido pro que eu tenho, e tenho medo de perder... E se não for do jeito que eu quero, eu passo.


As minhas ambições são diferentes, mas as coisas ainda tem que ser do meu jeito. E disso eu não abro mão. (:

domingo, 12 de setembro de 2010

Sempre por querer

Eu quero um amor pra me entregar de olhos fechados. Que me tire da realidade e me dê um sentido. Que transforme o impossível em possível e que me faça tremer seja de medo ou de ansiedade. Eu preciso dessa pitada de loucura diária. Eu quero porque eu gosto da sensação. Cegamente, loucamente, intemporariamente, absurdamente ou qualquer palavra do gênero que expresse tal.  
Eu quero "você". Quero esperar você após cada curva. Quero seu nome nos meus pensamentos a cada passo. Quero seu sorriso mais sincero, seu abraço, sua respiração, sua boca. E se eu não puder ter nada disso, quero só você aqui dentro.
Eu só preciso me sentir viva de novo.
Eu só preciso de um amor destruidor.
E aí, você me dá?

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

...

O mundo não é algo que fica lá parado para que lidemos com ele. Eu sou contra o pensamento "tudo depende de como encaramos os fatos"... Não é assim! Porque os fatos também nos encaram. Com uma chuva inesperada sem guarda chuva, por exemplo. Uma bala perdida. Um susto por causa da bala perdida... Ou, sei lá, uma tsunami em Copacabana.
Por exemplo, quem tem o sono interrompido, geralmente possui tendência a aderir o de mau humor, ou melhor, a ser aderido por ele. Não é essa coisa que podemos controlar, como algumas pessoas gostam de ver... Essas pessoas que abrem os olhos com a luz do sol batendo em seu rosto, e dizem "agradeço por esse novo amanhecer e por estar vivo mais um dia". Inconvenientes? 

Se sua vida vai mal, a culpa é  completamente sua que não aprendeu a rosa de hiroshima como uma parte de um jardim encantado. Enfim, nem você pode mudar o mundo inteiro sem a contribuição de Deus, acaso, natureza, o sol, ou oportunidade; e nem tem sentido você agir com o "deixa a vida me levar"...
Ao meu ver, o melhor jeito de manipular o mundo para melhor é ocupar nossas mãos dando-as a outras.

sábado, 14 de agosto de 2010

Quando a insônia evoca fragilidades...

  04h37.
Olho meu msn, um amigo ou outro... Não sei como conseguem ficar tão quietos, soando tooda essa estabilidade!  Vou falar, e é ainda pior: falam do quão boa a sua vida está com um ar de superioridade dos que não puxaram o assunto. Argh... Desisto! Desligo o msn e vou gastar meu tempo com séries, porque todos os livros já foram lidos e não me levam a querer outra forma de utilizá-los. Minhas sextas não eram assim, e vencer cotidianamente esse tédio, me cansa...A certa altura, fui ficando sem ter o que falar... fui perdendo o jeito. Meu sorriso que antes se entregava a toa, pra qualquer pessoa que passasse, agora se perdeu. Talvez porque tão poucas vezes foi devolvido, fazendo com que eu me julgasse boba de andar por aí oferecendo sorrisos aos outros. Não quero mais... Perdeu a graça. Todos na rua dessa cidade, sempre parecem tão ocupados, andam, correm, nem movo mais minha cabeça, não os encaro... Meu 'bom dia', dentro do elevador, já soa mecânico. Agora eu vejo o mundo mais frio, os olhares que não me veem. Meu cabelo já passa despercebido, minha voz... Talvez a camisa vermelha ganhe um flerte, mas eu, dentro dela, passo.  Numa festa, se me olham, já penso que é como quando se lança um olhar a tudo porque se não, estaria de olhos fechados. Até há ainda as pessoas que lembram de mim, falam de mim. Mas só por conveniência... só pra ter o que dizer no tédio aos domingos.
Pelo menos ainda me resta isso: Este recado - inexistente. Esse gosto por escrever... Só essas coisas que faço pra alguém inimaginável ler. Então, acho que minhas esperanças não estão tão mortas assim? Ah, vou dormir!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Teste da chama

Como a professora de química me entende... 


"...Um teste relativamente simples de ser realizado é a análise da presença de um certo elemento em uma solução. Com o uso de um fio de platina e uma chama, é possível obter uma bela cor que indica a presença de um determinado elemento em solução... "
É exatamente assim que eu me sinto. Como a chama, sempre ali, igual.  Só se altera quando algum elemento é acrescentado, mas logo ele vai queimando e a chama volta a cor original. Eu acho que o problema é que eu cansei dessas paixões com prazo pra semana que vem... 
"...Um dos problemas desse tipo de análise é a frequente contaminação da amostra por sódio, mascarando a observação de outros elementos..."

É isso mesmo! Eu estou vendo o pavio queimar, e mesmo com todas essas opções, todas essas histórias dignas de livros, com finais tristes, felizes, ou sem finais, eu não me importo. Eu ainda não aprendi nada sobre como amar alguém, muito menos como deixar de amar... só sei demonstrar quando estou decepcionada, e só transpareço angústia, tristeza e fragilidade.
"...Vamos tentar de novo, não pegou o bicabornato dessa vez, ficou da mesma cor, a chama não pegou. Às vezes tem que ter mais do elemento, pra poder fazer efeito com a chama, e mudar a coloração..."
Eu queria muito não sentir! Ser insensível, grossa... incapaz de amar. Queria ser de plástico, porque ver esses cacos de vidro caindo do meu rosto quando tento me passar por plástico está sendo difícil. Eu só queria por um dia não ser a Flávia, mas não, eu só sei depender dos outros, eu só sei ser frágil.  E talvez seja só isso que eu sou.
"... A dessa aqui apagou, vamos testar com a outra lamparina."
Enfim, pouco importa... ou muito.