terça-feira, 26 de outubro de 2010

Um pequeno ritual

 
 Hora de dormir... Desliguei o computador, e tudo que eu mais desejava naquele momento era ter o sono que eu sempre tenho ao acordar, mas não... Pronunciei qualquer palavrão e continuei sentada por alguns instantes, silêncio. Levei a mão ao rosto arrastando-a pela cabeça e bagunçando o cabelo...bufei e levantei. Acendi a luz, saquei da bolsa em cima da cabeceira um maço amassado e retirei o último cigarro, pesado, carregado das histórias de uma noite qualquer. Fui pra sala, acendi só um dos lado, me sentei perto da janela e fiquei olhando o céu. Lembrando assim que diria que a cane alimentaria uma boa fotografia. A sala semi-iluminada, o céu noturno, e aquela fina fumaça que saia do bom e veeeelho Marlboro e se dissipava no ar. Eu acho que num tom acinzentado daria até um pouco de melancolia e boemia...
Apesar da descrição de todos esses detalhes, não há nada de novo nessa noite, não sei a que momento percebi, mas há vários dias termino minhas noites exatamente assim. A pouca luz, a janela, o vento frio que arroxeia os lábios, que por sua vez são aquecidos pelo fumo... Depois eu deito na cama, e nem sequer acordo antes de amanhecer. Pequenos atos, detalhes, manias, que me salvam dia após dia. Coisas tão simples como esse fim de noite que nem precisariam ser escritas. Eu me acostumei a isso e confesso que hoje estou um pouco perdida. Nada demais, mas acabou o cigarro e eu não aprendi a me adaptar as circunstâncias.

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