sábado, 14 de agosto de 2010

Quando a insônia evoca fragilidades...

  04h37.
Olho meu msn, um amigo ou outro... Não sei como conseguem ficar tão quietos, soando tooda essa estabilidade!  Vou falar, e é ainda pior: falam do quão boa a sua vida está com um ar de superioridade dos que não puxaram o assunto. Argh... Desisto! Desligo o msn e vou gastar meu tempo com séries, porque todos os livros já foram lidos e não me levam a querer outra forma de utilizá-los. Minhas sextas não eram assim, e vencer cotidianamente esse tédio, me cansa...A certa altura, fui ficando sem ter o que falar... fui perdendo o jeito. Meu sorriso que antes se entregava a toa, pra qualquer pessoa que passasse, agora se perdeu. Talvez porque tão poucas vezes foi devolvido, fazendo com que eu me julgasse boba de andar por aí oferecendo sorrisos aos outros. Não quero mais... Perdeu a graça. Todos na rua dessa cidade, sempre parecem tão ocupados, andam, correm, nem movo mais minha cabeça, não os encaro... Meu 'bom dia', dentro do elevador, já soa mecânico. Agora eu vejo o mundo mais frio, os olhares que não me veem. Meu cabelo já passa despercebido, minha voz... Talvez a camisa vermelha ganhe um flerte, mas eu, dentro dela, passo.  Numa festa, se me olham, já penso que é como quando se lança um olhar a tudo porque se não, estaria de olhos fechados. Até há ainda as pessoas que lembram de mim, falam de mim. Mas só por conveniência... só pra ter o que dizer no tédio aos domingos.
Pelo menos ainda me resta isso: Este recado - inexistente. Esse gosto por escrever... Só essas coisas que faço pra alguém inimaginável ler. Então, acho que minhas esperanças não estão tão mortas assim? Ah, vou dormir!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Teste da chama

Como a professora de química me entende... 


"...Um teste relativamente simples de ser realizado é a análise da presença de um certo elemento em uma solução. Com o uso de um fio de platina e uma chama, é possível obter uma bela cor que indica a presença de um determinado elemento em solução... "
É exatamente assim que eu me sinto. Como a chama, sempre ali, igual.  Só se altera quando algum elemento é acrescentado, mas logo ele vai queimando e a chama volta a cor original. Eu acho que o problema é que eu cansei dessas paixões com prazo pra semana que vem... 
"...Um dos problemas desse tipo de análise é a frequente contaminação da amostra por sódio, mascarando a observação de outros elementos..."

É isso mesmo! Eu estou vendo o pavio queimar, e mesmo com todas essas opções, todas essas histórias dignas de livros, com finais tristes, felizes, ou sem finais, eu não me importo. Eu ainda não aprendi nada sobre como amar alguém, muito menos como deixar de amar... só sei demonstrar quando estou decepcionada, e só transpareço angústia, tristeza e fragilidade.
"...Vamos tentar de novo, não pegou o bicabornato dessa vez, ficou da mesma cor, a chama não pegou. Às vezes tem que ter mais do elemento, pra poder fazer efeito com a chama, e mudar a coloração..."
Eu queria muito não sentir! Ser insensível, grossa... incapaz de amar. Queria ser de plástico, porque ver esses cacos de vidro caindo do meu rosto quando tento me passar por plástico está sendo difícil. Eu só queria por um dia não ser a Flávia, mas não, eu só sei depender dos outros, eu só sei ser frágil.  E talvez seja só isso que eu sou.
"... A dessa aqui apagou, vamos testar com a outra lamparina."
Enfim, pouco importa... ou muito.